Sinopse:
O que acontece quando o padre de uma pequena cidade portuguesa se apaixona por uma paroquiana? A resposta é dada nesse divertido e sarcástico romance de Eça de Queirós, autor lusitano do século 19. Amaro, o pároco, escandaliza o lugarejo e mergulha numa espiral de perdição.
Resenha:
Renda-se à vontade de Deus!
Resovi colocar como título da minha resenha uma frase dita pelo próprio Amaro, na tentativa de justificar seu crime. Que crime? Qual foi, afinal o crime do padre Amaro? Será que seu crime foi amar uma mulher? Não creio. Depois de ler todo o livro pude perceber que seu maior crime foi o egoísmo, que acabou levando Amélia ao fim que teve. Desde criança Amaro era uma pessoa conformada e egoísta. Sua protetora, ao morrer, deixou ordens para que ele fosse feito padre, e mesmo contra a vontade ele foi, pois era a maneira mais rápida e cômoda de se ganhar a vida. Mas ele nunca abandonou os prazeres da carne, coisa que outros padres também faziam. A forma como Eça de Queirós, aliás, mostrou os podres do clero deve ter causado uma grande polêmica na época. Todos os padres são mostrados corruptos em todos os sentidos da palavra, menos o abade Ferrão, que chegou ao fim da história para salvar a classe mostrando que sempre existe excessão à regra. Bem, voltando ao romance. Amaro e Amélia se apaixonam á primeira vista e fazem de tudo para viver seu amor ás escondidas. Amélia sempre com medo do castigo divino, e Amaro tentando convencê-la do contrário. Até aí, pra mim, não havia problema. Também compartilho da ideia de Amaro anti-celibato. Mas, enfim. Enquanto tudo estava bom, os encontros ás escondidas na casa de tio Esguelhas, tudo ia ás mil maravilhas. Mas, depois que Amélia se descobre grávida é que ele mostra sua face monstruosa. Ele só se preocupa com o escândalo que isso causaria à sua carreira e esquece os sofrimentos de Amélia, chegando a entregar a criança a uma tecedeira de anjos, que tinha a fama de matar as crianças que recebia aos seus cuidados. No fim, sim, ele se arrepende, mas é tarde demais. Enfim, posso ficar aqui escrevendo o dia todo! Um livro maravilhoso que me prendeu de verdade da primeira à última página. Recomendo!
A boa notícia, é que esse livro maravilhoso virou filme!! Ainda não o vi porque preciso de toda uma preparação, sabe. Tenho que estar sozinha em casa para isso e preciso de tempo também, coisa que eu não tenho.
O FILME
El Crimen del Padre Amaro estreou nos cinemas em 2002, foi dirigido por Carlos Carrera, e tem o gatíssimo Gael Garcia Bernal (suspiro) como o personagem principal, o safadinho padre Amaro, e Ana Claudia Talancón no papel de Amelia. A base ainda é a mesma, porém, a história foi totalmente modificada para se encaixar no México contemporâneo, mas sem perder a essência. Tudo isso foi o que eu li nos sites da vida, e confesso que fiquei surpresa ao perceber que, mesmo com todas as modificações feitas na história original, o filme é super elogiado pela crítica e pelo público, até mesmo pelas pessoas que leram o livro! Isso é muito raro! Chris Columbus que não me ouça, mas esse é um feito único e milagroso. Você pode mudar tudo, menos a essência da história. (ouviu, sr. Columbus?)
Bom, o ideal para quem quiser conhecer essa história maravilhosa que atravessou séculos, é ler o livro e também ver o filme, pois os dois são bem diferentes. E, eu garanto, com o livro você nao vai se arrepender. Com o filme... bem... a crítica se rasga em elogios, e o Gael é uma gracinha, então acho que nao tem erro! Divirta-se, e veja a Igreja com outros olhos...
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